segunda-feira, julho 30

O homem
Só sabe
Daquilo
Que viveu.

Eu estive
No fundo
Do poço,
E na água
E na lama
Vislumbrei
Uma verdade
Deliciosamente
Perdida e refrescante,
Como uma brisa vinda de cima:

Ouçam,
Amigos,
Pois me sujei
Nas profundezas
Resvaladas em sombras
Inconfessáveis e monótonas,
Eu vi a face da morte desmascarada
E descobri que só morre aquele que em vida
Não vive, só se afoga aquele que desiste
De nadar. Ouçam, camaradas válidos
- Pois é válido todo hálito
E todo o sentimento,
É válido todo o sentido -
Eu estive à beira de um tempo
Sem volta, mas um suspiro
Me salvou os lábios,
Um orvalho me valeu
Os olhos, ouçam:
Há uma música
Que completa
E acalma
A alma
Viva...

Ouçam!
Sempre
Há música
Para quem
Estiver pronto
Para, sereno, ouvir...

Ouçam,
Pois a morte
- Que virá -
Não é senão
O silêncio eterno.

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