I
A morte
Do Verão
É daquelas
Que não sabemos
Se é triste
Ou tardia
- Sabemos
Que a agonia
Do mormaço
Nos prados é,
Enfim, finda:
E toda a chuva
Do final de Fevereiro
É um choro constante
Lavando almas
E refrescando
Os corpos atônitos
À melancolia profunda
Do profundo silêncio
Dos funerais...
II
O carnaval
Já se foi
Com suas cores
- O que resta
Está coberto pelas cinzas
Da Quarta-Feira:
Sumiu meu amor,
Sumiu minha libido,
Sumiu meu estio
E o meu humor
- Toda a luz é nula
Quando se fecham
Os olhos que enxergam,
Quando se fecham
Os olhos do Verão...
E toda essa chuva
É um réquiem
Desafinado e úmido.
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