Às vezes
Reclamo de barriga
Cheia, como quem nunca
Tivesse provado um momento
De glória e de candura...
Me contradigo... Eu sou o rei
Da contradição: do amor
Mais profundo, em verdade,
Em verdade vos digo
- Já bebi os sumos mais
Doces, já provei a polpa
E me lambuzei o focinho,
Animal de coitos hibernando
Em um quarto como uma toca!
Quem sou eu, afinal, para
Contradizer deuses e destinos?
Rompo as bordas do frenesi
Do meu instinto de bicho:
Eu, homem, humano - haja o amor
Ou a vida que haja, tudo é pouco,
Sempre quero mais! Abaixo a cabeça
E, pelo faro, procuro o cio do mundo.
II
Pelas horas
De felicidade que
Eu ganhei como uma
Criança que ganha um doce,
Agradeço os beijos
Dados, os abraços concupiscíveis,
Os corpos nos corpos
- Cada corpo individualmente
Muito corpo, corpo eu, corpo
Eterno - os momentos
Compartilhados como canções
Extravagantes e joviais,
Cada sorriso e cada cheiro de pele
Dos quais eu sorvi como
Uma bela flor desértica e sedenta
Sorve a umidade das chuvas breves
De Setembro:
O homem que tenha sido amado
Uma vez ao menos nunca estará
Sozinho.
Eu ganhei como uma
Criança que ganha um doce,
Agradeço os beijos
Dados, os abraços concupiscíveis,
Os corpos nos corpos
- Cada corpo individualmente
Muito corpo, corpo eu, corpo
Eterno - os momentos
Compartilhados como canções
Extravagantes e joviais,
Cada sorriso e cada cheiro de pele
Dos quais eu sorvi como
Uma bela flor desértica e sedenta
Sorve a umidade das chuvas breves
De Setembro:
O homem que tenha sido amado
Uma vez ao menos nunca estará
Sozinho.
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