A. Loise
I
Vez em que provei
Tua carne com gosto
De ternuras e abraços,
De um olhar certeiro
E um beijo errado,
A primeira vez
Em que provei tua carne
Foi em uma orgia
- E todos abusavam
Sossegadamente
Da gentileza do vinho
E da suavidade do cânhamo
E da libido de outras drogas
E outras paixões:
Até a primeira vez
Em que provei tua carne
Meu corpo não sabia
O vício.
II
Entre
Saldos mal
Calculados
E dívidas amenas
Nesta permuta eterna
Que é as relações humanas,
Não consigo sequer mensurar
O que ganhei e o que perdi
Quando me dei inteiro à suada
E esnobe energia do teu corpo,
Mas não me importo, de forma
Alguma, em investir tudo o que sou
Na contemplação da luz do teu sorriso:
O que lucrei
Quando vi a clareza
Das tuas curvas desnudas
É só meu e não merece
Reembolsos...
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