I
Tenho em mim ímpetos
Poderosos e selvagens
Que dificultam verdadeiramente
A minha convivência,
O meu argumento,
O meu hálito
- O que é isso tudo
Não é tão importante
Quanto tudo o que sou
Simplesmente, pois que sou
Consciente:
Abro a janela do quarto
Que são meus olhos
E miro com competência
A luz do dia ou o mistério
Noturno, pois que sei
Eximiamente bem que é
Toda a paisagem desenhada
Para mim.
II
Há momentos
Extremamente arcanos
Onde o silêncio que paira
No ar como uma pluma inocente
É tão leve e tão frágil que é
Possível perceber todo o cenário
Montado, a atuação das árvores,
O ensaio das nuvens:
A vida
É uma peça
De teatro desenrolada
No palco absurdo da realidade
De haver tempo e espaço dentro
E fora dos deuses, de ser possível
Respirar e supor e dançar
E criar com isso uma arte
Chamada consciência
E, somente então, esbarrar
Na verdade que é profunda,
Pois que diz que o momento
É tudo o que há - e isso
Faz com que todo o medo
De errar morra...
Nenhum comentário:
Postar um comentário