sexta-feira, junho 29


Submerso
No silêncio pacífico e intangível
De uma piscina solitária,
Deixo que a água fria
Seja o remédio que há
Para todos os desconcertos
De existir.

Amor fati,
Eu penso,
Inserido
Na transparência
De um mundo mais simples,
No desespero das bolhas
Que correm à superfície
Fugindo de meus pulmões condenados.
O que fazer, afinal, além de resignar?
Haverá uma hora sequiosa de viver
Em que nada poderei senão inexistir.

Amor fati,
Me disse o filósofo maior,
Amor fati, que o mundo
Surra aqueles que não se curvam,
Que o futuro arrasta
Quem não vai de bom grado...
Amor fati,
Porque destino
Não é senão
Aquilo que acontece.

E eu,
Gaguejado eu,
Eu,
Eu...
Que ridículo é o ego!
Quanta coisa se pensa
Em tão pouco tempo...
Não quero é morrer
Sem respirar.
Amor fati,
Porque sou minúsculo
E sou imenso, desde que
Saiba que tudo o que vem
É o inevitável...

E me ponho
A nadar.

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