I
Medo,
Ter medo
É degradante.
Eu realmente
Não quero ter medo,
Mas o medo não é
Algo que se tem, é
Algo que se sente.
Cesso, enfim, o eu
Que há em todos
Que sou, e a vida
Já não é importante,
E sentir já não faz
Sentido - pois que acordei
Aqui para ser o santo
Que já sou, pois que nasci
Para o silêncio da contemplação,
E quem contempla não deve
Sentir medo, senão o medo
De sentir medo.
II
Meu batismo
Foi de luz
No meio da mata,
Meu batismo foi
De luz e a lua
O executou.
Meu batismo
Foi de luz,
Foi de luz
De prata,
Meu batismo
Foi de luz
E agora só resta
Esta minha religião:
Observo e aprendo
Com a mata e os seres
Da mata e com o homem
Avesso ao homem.
Eu cresço e sou o deus
De mim mesmo.
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