O gosto ríspido das tuas palavras me agride. Corro
Assustado na direção (ambígua) de mim mesmo
E me escondo nos escombros do (sombrio) morro
Do meu Ego dilacerado - Orfeu no mar a esmo.
Quem sou eu para tentar te buscar de tão longa distância
- Caminho enegrecido pelas amarguras horrendas do destino -
Ainda mais sem olhar para trás (e bem, ainda muito me alucino
Com a falta tremenda dos teus olhos cravejados de infância).
Com que notas eu comporia uma canção que fosse triste o suficiente
Para explicar ao mundo o quão implacável e dilacerante foi tua ausência?
Que voz (eterna) não desafinaria (nó-na-garganta) por cantar tua carne sacra?
Como - sem te ver sorrir - ser suavemente bom ou grotescamente sorridente?
Hoje ajo como um devasso que (dentre outros pecados puros) até aprecia
O sofrido (chumbo pesado, venenoso) cofre cinza e vermelho onde (ele mesmo) se lacra.
Daria um bom afro-samba! Mais fácil seria se o cofre cinza e vermelho fosse um porquinho com rachaduras atadas. Mas nem é, o sangue verte o tempo inteiro!
ResponderExcluirE eis que ele ressurge das trevas!
ResponderExcluirTudo questão de tempo, que já se tornou até mesmo pó. Nem se sente mais, quando tu lembrar de sentir, passou.
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