O gosto ríspido das tuas palavras me agride. Corro
Assustado na direção (ambígua) de mim mesmo
E me escondo nos escombros do (sombrio) morro
Do meu Ego dilacerado - Orfeu no mar a esmo.
Quem sou eu para tentar te buscar de tão longa distância
- Caminho enegrecido pelas amarguras horrendas do destino -
Ainda mais sem olhar para trás (e bem, ainda muito me alucino
Com a falta tremenda dos teus olhos cravejados de infância).
Com que notas eu comporia uma canção que fosse triste o suficiente
Para explicar ao mundo o quão implacável e dilacerante foi tua ausência?
Que voz (eterna) não desafinaria (nó-na-garganta) por cantar tua carne sacra?
Como - sem te ver sorrir - ser suavemente bom ou grotescamente sorridente?
Hoje ajo como um devasso que (dentre outros pecados puros) até aprecia
O sofrido (chumbo pesado, venenoso) cofre cinza e vermelho onde (ele mesmo) se lacra.
quinta-feira, novembro 25
quinta-feira, novembro 11
12.131
Atuação
Inata
Destes
(Símios)
Me arrebenta. Quero uma
Liberdade
Campesina,
Quero décimo-terceiro salário,
Quero o saleiro
Cheio.
Quero tragédia
E dor (alheia),
Quero pouco
Mais
Do
Que
A rima.
(Quero extrair mel
Do sol que brilha
Amarelo sobre o mar
Do mundo azul e verde
De teus olhos perdidos)
Inata
Destes
(Símios)
Me arrebenta. Quero uma
Liberdade
Campesina,
Quero décimo-terceiro salário,
Quero o saleiro
Cheio.
Quero tragédia
E dor (alheia),
Quero pouco
Mais
Do
Que
A rima.
(Quero extrair mel
Do sol que brilha
Amarelo sobre o mar
Do mundo azul e verde
De teus olhos perdidos)
26.587
Traço lento. A manhã transcorre
Reta,
Lúcida,
Perdida entre o vão das casas
E entre
O friso
Da Vida.
Escorro,
Desejoso
E suave
Por entre luzes brandas e frios metálicos
(Com gosto de navalha).
Tento extrair todo o calor
(Que há)
Do chão,
Cerco a vida por todos os lados na emboscada
Da poesia - da melancolia - da existência...
E o que sobra? O resto são pássaros
Incestuosos
E ervas (ralas)
A enfeitar
O meu não-jardim.
É a lama dos buracos
Que me lembra que estou (vivo).
Reta,
Lúcida,
Perdida entre o vão das casas
E entre
O friso
Da Vida.
Escorro,
Desejoso
E suave
Por entre luzes brandas e frios metálicos
(Com gosto de navalha).
Tento extrair todo o calor
(Que há)
Do chão,
Cerco a vida por todos os lados na emboscada
Da poesia - da melancolia - da existência...
E o que sobra? O resto são pássaros
Incestuosos
E ervas (ralas)
A enfeitar
O meu não-jardim.
É a lama dos buracos
Que me lembra que estou (vivo).
terça-feira, novembro 2
324
Que poder sinto fluir
Em meu olho
- Olho que tudo vê,
Olho que vê no escuro -
Tão de repente e tão
(Retumbante)
(E) vivo(!)?
Em que pulso
Eu pulso?
Eu quero
O poder
(Impenterável)
Do cosmo.
Em meu olho
- Olho que tudo vê,
Olho que vê no escuro -
Tão de repente e tão
(Retumbante)
(E) vivo(!)?
Em que pulso
Eu pulso?
Eu quero
O poder
(Impenterável)
Do cosmo.
sexta-feira, outubro 22
9.631
O que morrerá de mim?
Ouvi dizer (as vozes miúdas)
Que só morrem os suicidas
Que não deixam cartas.
E eu, que busco me confessar,
O que, então, restará de mim?
Por que tento me explicar,
Se tanto sei do destino das coisas?
A morte galopa;
A rima é inútil como a musa.
O que - então - restará de mim?
(Ouvi dizer, as vozes miúdas,
Que somente partem, verdadeiramente,
Aqueles que fogem sem dizem aonde vão...)
Ouvi dizer (as vozes miúdas)
Que só morrem os suicidas
Que não deixam cartas.
E eu, que busco me confessar,
O que, então, restará de mim?
Por que tento me explicar,
Se tanto sei do destino das coisas?
A morte galopa;
A rima é inútil como a musa.
O que - então - restará de mim?
(Ouvi dizer, as vozes miúdas,
Que somente partem, verdadeiramente,
Aqueles que fogem sem dizem aonde vão...)
segunda-feira, outubro 18
76.000
Eu não me preocupo mais.
Morra (eu) ou não,
Torne (se) a verdade
- Ou não -
Aquilo que pensei, escrevi,
Senti ou concluí,
Tanto faz...
O Big Bang
Resultou em luz e magnetismo
E impostos e menstruações e calor
- Muito calor - E estrelas e livros
(De filosofia e poesia)
E sentimentos.
Tanto faz...
O Big Bang deu origem a tudo,
Menos
A algum sentido.
Não existe tal sentido.
Vejo - e prefiro ver -
Formas escondidas nas formas.
Há um macaco sorrindo nas manchas
Da minha desgastada
Toalha de banho,
Pendurada na porta de meu quarto
(E nas ondas da madeira
Da porta de meu quarto,
Um barco escuro desbrava
O lago plácido do anoitecer).
Eu não me preocupo mais.
Minha vida quase não existe
Diante da grandeza do universo
- E sei que, um dia, não passarei
De eletrecidade - desprendida - azul
Como as estrelas mais brilhantes.
É isso que quero e que faço
Da luz que presencio:
A busca apaixonada e minuciosa
De coisas nas coisas.
Morra (eu) ou não,
Torne (se) a verdade
- Ou não -
Aquilo que pensei, escrevi,
Senti ou concluí,
Tanto faz...
O Big Bang
Resultou em luz e magnetismo
E impostos e menstruações e calor
- Muito calor - E estrelas e livros
(De filosofia e poesia)
E sentimentos.
Tanto faz...
O Big Bang deu origem a tudo,
Menos
A algum sentido.
Não existe tal sentido.
Vejo - e prefiro ver -
Formas escondidas nas formas.
Há um macaco sorrindo nas manchas
Da minha desgastada
Toalha de banho,
Pendurada na porta de meu quarto
(E nas ondas da madeira
Da porta de meu quarto,
Um barco escuro desbrava
O lago plácido do anoitecer).
Eu não me preocupo mais.
Minha vida quase não existe
Diante da grandeza do universo
- E sei que, um dia, não passarei
De eletrecidade - desprendida - azul
Como as estrelas mais brilhantes.
É isso que quero e que faço
Da luz que presencio:
A busca apaixonada e minuciosa
De coisas nas coisas.
segunda-feira, setembro 27
89.898
Não há motivo para a poesia da negação,
Não há motivo para o não, o nada, não, não há.
O que quero é, enfim, o vento bravo (então)
Que virá (não) como o que não, não, não há.
Quem pode condenar? Quero o mundo.
Não há motivo para o não, o nada, não, não há.
O que quero é, enfim, o vento bravo (então)
Que virá (não) como o que não, não, não há.
Quem pode condenar? Quero o mundo.
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